Vice-governador fala sobre reeleição e faz um balanço do primeiro ano da gestão e vê avanços em todas as áreas, da Saúde à geração de empregos
Por Orlando Pontes
Desde que tomou posse, Paco Britto já assumiu vinte vezes o cargo de governador em substituição ao titular Ibaneis Rocha. O vice acredita que a dupla pode se repetir na campanha de 2022. Mas, até lá, promete muito trabalho.
Nesta entrevista ao Brasília Capital, ele faz um balanço do primeiro ano da gestão e vê avanços em todas as áreas, da Saúde à geração de empregos. “Brasília ganhou a certeza de dias melhores, porque nós viemos para fazer e não apenas para prometer”.
Leia a íntegra da entrevista:
O que Brasília ganhou com a troca de Rollemberg por Ibaneis?
PB – A população ganhou mais do que a esperança de uma Brasília melhor. Ganhou a certeza, porque nós viemos para fazer e não apenas para prometer.
E o que já foi feito?
PB – Fábricas de automóveis que estão vindo para Brasília; aumentos para servidores que não foram dados no governo passado e foram cumpridos por nós; promessas de campanha já cumpridas pelo governador Ibaneis e que se tornaram realidade, como redução da cesta básica, desenvolvimento, segurança jurídica para trazer investimentos empresariais para o Distrito Federal.
A Saúde é a questão que mais aflige a população. O que o brasiliense teve de ganho nessa área?
PB – Um grande ganho, sem dúvida, foi a aprovação, na nossa primeira semana de governo, do IGES (Instituto de Gestão Estratégica de Saúde), que, comprovadamente, está funcionando e agora vai construir as UPA’s com agilidade.
Houve uma denúncia na mídia mostrando que o governo tinha prometido UPA’s para o primeiro semestre e, perto de terminar o ano, nenhuma do papel… – Justamente porque não fomos nós que preparamos o orçamento. Veio de governo passado. O problema é que não tínhamos projetos. Por determinação do governador Ibaneis, foi invertida essa ordem. Hoje nós temos um book de projetos que podem ser elencados para qualquer distrital ou parlamentar federal, seja do governo ou da oposição, que realmente queira o bem de Brasília – e eu acredito que todos queiram – e que realmente queira alocar suas emendas parlamentares. Nos anos anteriores não havia projeto. Hoje nós temos.
O GDF vai contratar médicos?
PB – Já contratamos 3.600 profissionais pelo IGES.
E os concursos?
PB – Aí temos as limitações da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Então não tem previsão?
PB – Os que estão previstos estão na Secretaria de Economia e vamos soltar paulatinamente. Não adianta fazer concurso, cobrar taxa de inscrição e deixar poder contratar, não pegar cadastro reserva.
E o que melhorou na Segurança Pública?
PB – Nas nossas pesquisas, a segurança está muito bem. A única coisa que não pode ser feita, mas é uma questão de educação, é o caso do feminicídio, um crime que acontece dentro de casa. Como é que você vai pôr um policial dentro da casa das pessoas? Falam em empoderar a mulher. Eu acho que tem que dar oportunidade de competição igual, não apenas discutir o empoderamento.
Essa sua visão vai contra a visão das feministas…
PB – Mas é minha visão. Cada um tem a sua. Mas, no final, acredito termos o mesmo objeto de luta; que as mulheres possam ter oportunidades iguais.
E o que fazer com esses homens que agridem e humilham mulheres?
PB – Nós já temos a lei Maria da Penha. Eu acredito que pode haver uma fiscalização maior. Primeiro, que não são homens. São pessoas com mau-caráter. Começa pela educação, precisa ter uma educação em casa. Por isso eu digo, é preciso dar oportunidade para que as mulheres possam ser independentes.
Na área de Educação, o governo enfrentou resistência por parte de professores com a implementação das escolas militarizadas…
PB – Me desculpa, vou lhe corrigir igual corrijo a todos: Não é “militarizadas”. É “compartilhadas”.
OK. Mas o senhor acha que se justifica uma mudança na prática pedagógica, com militares dentro de salas de aula?
PB – O militar compartilha toda a parte externa, de pátio e tudo. A parte pedagógica continua com o professor.
Mas nós tivemos discussões, gravadas em vídeos, de professores dentro de sala de aula com militares que interferiram na aula…
PB – Teve vídeo sobre isso, mas também não mostram os vídeos de algumas escolas em que os professores tentam interferir na área externa ou na área de pátio do colégio.
Por que não mostram?
PB – Isso eles não gravam. Só gravam aquilo que vai denegrir a imagem do governo. Mas está comprovado, por meio de pesquisas, que a população quer sim esse tipo de escola. Tive um exemplo em Planaltina. Estava num evento, uma mulher chegou e pediu. Por que isso ocorre? Qual o pai que não quer o filho limpo, com o cabelo cortado, aprendendo a engraxar um sapato. Estou falando as coisas simples. Respeitar o próximo, respeitar o professor. Eu estudei, há muitos anos, em escola pública, e se tinha respeito. Era “sim senhor” “não senhor”…
Não se está podando as manifestações culturais? Por exemplo, as pessoas que gostam de usar cabelo rastafári, brincos e outros adereços e são proibidas?
PB – Elas podem escolher a escola que eles queiram. Agora, vamos fazer uma enquete diferente: Vamos perguntar para os alunos se eles querem sair? A gente topa fazer. É uma sugestão boa. Ninguém quer sair. Já temos essa pesquisa. Ninguém quer sair. Então, quer dizer que está funcionando e é bom.
Qual é a previsão de aumento do número dessas escolas?
PB – Grande parte agora será transferida, pelo governo federal, para a militarização realmente, por meio de um programa do presidente Jair Bolsonaro, que vai militarizar várias escolas do País. Nós vamos dar as nossas.
O governo Ibaneis vem se equivalendo, em muitos aspectos, ao do ex-governador Joaquim Roriz, principalmente na área de habitação. Já anunciou que nos quatro entregará 60 mil habitações. Essa inspiração é mesmo Roriz?
PB – É. O governador Ibaneis quer fazer um governo voltado para o pobre. Como ele mesmo fala, rico não precisa, quem precisa é o pobre. Nós fomos o único governo – e eu encho a boca pra falar – que no primeiro ano entregou habitação. Agora foram 135, e já temos outras para entregar na próxima semana no Parque do Ipê Amarelo, em São Sebastião.
É do Minha Casa Minha Vida?
PB – Mudou de nome. Agora é Faixa 1, Faixa 1,5 e Faixa 2.
Outra área que o governo tem investido muito é a da infraestrutura, por exemplo em Vicente Pires. Esses investimentos vão se estender a outras áreas carentes?
PB – Vamos estender a todas, mas Vicente Pires foi uma situação que eu fiquei muito presente, por determinação do governador. Foi emergencial. Aconteceu até uma surpresa. Alguns moradores estavam organizando uma manifestação e eu estava em exercício. No dia seguinte. Chamei o pessoal e avisei: Amanhã às 5 da manhã todo mundo lá. Vamos tomar café em Vicente Pires. Acabou a manifestação. Nós mostramos que já fizemos muito.
Ali o problema é antigo…
PB – Nós herdamos uma colcha de retalhos. Em um trecho na Rua 3 tem meia dúzia de construtoras contratadas por licitação e não tem segundo colocado. Então, essa meia dúzia ganhavam e loteava as obras. A boca de lobo ligava nada a lugar nenhum. Nós tivemos que entrar e fazer nossos projetos, porque não tinha nenhum. Precisamos pagar os atrasados. Hoje, não temos nenhuma construtora com pagamentos atrasados. Zero. As obras estão em dia.
Tem muita reclamação da qualidade do asfalto… PB – É. Agora você vai ver no ano que vem vão ter outras ruas com os mesmos problemas das ruas 10, 4 e 3, que vai ser a próxima etapa. Isso é óbvio.
Outro problema recorrente, principalmente para quem mora nas cidades-satélites é o transporte público e a mobilidade urbana. Quais outras obras estão no planejamento do GDF após a conclusão do Trevo de Triagem Norte? – Mesmo lá ainda temos alguns transtornos, principalmente até a conclusão do alargamento da Ponte do Bragheto. Mas vamos para Taguatinga. Entregamos o viaduto – só falta a selagem para as pistas do expresso, do viaduto. Tiramos todas contenções debaixo e as pistas já estão liberadas.
Vai sair o viaduto da Samdu e o túnel?
PB – O início da construção do túnel já foi liberado. Estava bloqueado no Tribunal de Contas e no TJ, mas já foi liberado.
Quando começa a obra?
PB – Provavelmente no ano que vem. Sem data ainda, porque está em estudo nas Secretaria de Obras e de economia. O recurso já tem: são R$ 70 milhões, pra começar. Mas pra começar a obra sem causar muito transtorno no trânsito vai depender da reforma da Hélio Prates, que vai ser feita agora. Começa em janeiro. Tem que ser primeiro lá, porque caso contrário ninguém anda. Grande parte do tráfego da EPTG vai ser desviado pra lá. E já estamos alargando as pistas de ônibus na Elmo Serejo. Já estamos preparando.
O que o brasiliense pode aguardar do GDF para 2020?
PB – Pode aguardar muita obra em todos os cantos da cidade.
Quanto em investimentos?
PB – Mais de bilhão, só em obras, o que vai alavancar também a geração de empregos. E muitas empresas vindo para o DF, que foi uma promessa do governador Ibaneis. O programa Destrava-DF prevê que todas as empresas que vierem para Brasília terão segurança jurídica garantida pelo Estado. Nós estamos fazendo projeto de Estado, não de governo.
O senhor assumiu o governo vinte vezes neste primeiro ano. O governador já se posicionou como candidato à reeleição. Não foi precipitado?
PB – Não. Ele tem que firmar a posição dele. Eu acho que o projeto mesmo ele vai fazer no final do ano que vem. Se ele falar que almeja a reeleição, eu pretendo repetir chapa.
E se ele não for candidato, o senhor seria?
PB – Não. Eu sou candidato ibaneis. O que ele for, eu vou ser para dar sustentação política a ele.
Em meio aos seus aliados do Buriti tem pelo menos dois que estariam interessados em concorrer: O senador Izalci Lucas e o presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente. Eles poderiam ser alternativas dentro do grupo político de vocês?
PB – Um é aliado e o outro é oposição. O senador Izalci é parceiro de Brasília, mas não é aliado do governo. O Rafael é aliado, é presidente do MDB, partido do governador. É uma construção. Ninguém é candidato de si mesmo. A chapa atual está dando certo. Por isso que eu falo que gostaria de repetir a chapa. Hoje eu repetiria a chapa, se o governador assim quisesse. MDB-Avante. Agora, para declarações, está muito precipitado. Ninguém sabe nem o que vai acontecer no governo federal. Nós crescemos a economia do DF mais do que a do governo federal. Isso já mostra como o governador e sua equipe estão trabalhando.
Como está a relação com o presidente Bolsonaro?
PB – Muito bem mesmo.
Não há submissão?
PB – Zero. A parceira está boa. Brasília vai ter uma surpresa ai no final do ano sobre o Fundo Constitucional.
Que surpresa?
PB – Aí tem que esperar pra ver.
Existe a possibilidade de Ibaneis e Bolsonaro estarem no mesmo palanque em 2020?
PB – Nós fizemos uma campanha paralela à do Bolsonaro. Não trabalhamos juntos. Então está sendo construída uma relação do governador Ibaneis com o presidente Bolsonaro. Claro que eles poderão estar juntos, inclusive como companheiros de chapa.
Qual a sua mensagem para Brasília neste final de ano?
PB – Quero reforçar aos brasilienses o que disse anteriormente: Tenham certeza de que a esperança voltou. A esperança é o governo Ibaneis.
Com informações do BSB Capital
Fonte: Agenda Capital