Mensalão do PT
Também conhecido como o “Escândalo do Mensalão”, o Mensalão do PT é o pagamento mensal de propina pelo Governo Federal Petista de 2005 à deputados do Partido Liberal (PL) e o Partido Progressista (PP). Em troca, os contemplados, que recebim cerca de R$ 30 mil por mês, dariam voto à favor em projetos políticos do Governo Lula, nem sempre conciliados com o interesse público. Esta afirmação foi dada em 5 de junho de 2005, pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB), à jornalista do Folha de São Paulo, Renata La Prete. A entrevista foi publicada no dia seguinte.
- Sobre o Mensalão: causa e efeito
No dia 18 de maio de 2005, a Revista Veja publicou uma matéria que trazia detalhes de um esquema de corrupção entre o Maurício Marinho, então presidente dos Correios (empresa estatal) e o deputado federal Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB naquela época. O esquema consistia em pagamento mensal de R$ 3 mil pelo PTB à Maurício Marinho. Em troca, o então presidente dos Correios facilitaria a entrada de políticos do PTB no comando da empresa estatal, próximo e aliados ao Governo Federal.
Um dia antes, Roberto Jefferson se defendia na Tribuna da Câmara. Ele afirmava que não conhecia Maurício Marinho. E para transmitir convicção, assinou a CPI Mista para investigar a corrupção nos Correios, atendendo à demanda popular. Ainda no dia 17 de maio de 2005, Lula ressalta à mídia que “daria um cheque em branco e dormiria tranqüilo” em relação à Roberto Jefferson.
- O apoio esperado para encobrir o Mensalão
Talvez acreditando em uma possível intervenção de petistas do governo para defendê-lo, Roberto Jefferson não volta atrás em seu apoio a abertura da CPMI dos Correios que, assim, foi votada e aprovada em sessão conjunta do Congresso Nacional, no dia 25 de maio de 2005. E para piorar, a Revista Veja publica, no dia 26 de maio de 2005, que Roberto Jefferson pressionava o economista Lídio Duarte, então presidente do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), a pagar uma mesada de R$ 400 mil ao PTB para que ele permanecesse no cargo de presidente da estatal. Naquela época, o IRB movimentava US$ 450 milhoes por ano no mercado de resseguros.
No entanto, Roberto Jefferson não recebe proteção dos petistas. Por isso, no dia 5 de junho de 2005, ele convida a jornalista da Folha de São Paulo, Renata Lo Prete, para uma entrevista exclusiva. Na ocasião, o então deputado federal afirma que o Governo Federal Petista de 2005 pagava propina, cerca de R$ 30 mil por mês, à deputados do Partido Liberal (PL) e ao Partido Progressista (PP) em troca de votos à favor de projetos políticos do Governo Lula.
No dia 12 de junho de 2005, em nova reportagem à Folha de São Paulo e à Renata Lo Prete, o presidente do PTB daquela época, Roberto Jefferson, concede nova entrevista, quando fornece mais detalhes do esquema de corrupção. Cita alguns nomes e afirma que o dinheiro do Mensalão vinha de estatais e empresas privadas que apoiavam o Governo Lula.
No dia 14 de junha de 2005, durante sete hora, Roberto Jefferson presta depoimento sobre o Mensalão à Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. Na mesma data, senadores e deputados entregam ao presidente do Congresso Nacional um pedido de abertura de uma nova CPI mista. Mas, desta vez, para investigar o esquema do Mensalão. O pedido foi aceito e, desde então, várias investigações, depoimentos e outras importantes informações estão sendo levantadas para punir (ou não) os verdadeiros responsáveis.
- Principais Envolvidos
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JOSÉ DIRCEU:
- Acusado de ser o chefe do esquema do Mensalão. Foi ex-ministro da Casa Civil do Governo Lula.
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As denúncias aceitas pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ):
- Corrupção Ativa;
- Formação de Quadrilha.
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A denúncia rejeitada:
- Peculato.
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DELÚBIO SOARES:
- Ex-tesoureiro do PT, é acusado de ser responsável pelo esquema irregular de financiamento de campanha.
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As denúncias aceitas pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ):
- Corrupção Ativa;
- Formação de Quadrilha.
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A denúncia rejeitada:
- Peculato.
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MARCOS VALÉRIO:
- Acusado de ser o operador do mensalão e do “caixa dois” do PT.
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As denúncias aceitas pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ):
- Corrupção Ativa;
- Formação de Quadrilha;
- Lavagem de Dinheiro;
- Evasão de Divisas;
- Peculato.
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A denúncia rejeitada:
- Falsidade Ideológica.
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ROBERTO JEFEERSON:
- Autor das denúncias da existência do mensalão.
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As denúncias aceitas pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ):
- Corrupção Ativa;
- Lavagem de Dinheiro;