“O médico formado em Cuba dificilmente poderá trabalhar em um hospital, ter capacidade para isso, a não ser que passe por um treinamento que demandará anos”. A frase, pronunciada no dia 5 de junho deste ano pelo então secretário interino de Saúde, Elias Miziara, foi uma resposta à indagação da deputada Eliana Pedrosa (PPS) durante reunião da Comissão de Fiscalização, Governança e Transparência da Câmara Legislativa.
Eliana Pedrosa questionou o fato de o médico cubano poder atender pacientes no Brasil com apenas quatro anos de formação em medicina, enquanto o brasileiro passa por oito anos de estudos. “Se o médico de Cuba pode vir para cá nos atender, por que o médico brasileiro precisa de oito anos para se formar?”, indagou. A resposta de Miziara colocou em dúvida a atuação dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos no Distrito Federal.
De acordo com Miziara, a formação de médico no Brasil é uma formação que atinge inclusive áreas de especialidade, enquanto a formação em Cuba é fundamentalmente para médico de atenção básica. “Há uma diferença, sim. O médico formado em Cuba dificilmente poderá trabalhar em um hospital, ter capacidade para isso, a não ser que passe por um treinamento que demandará anos”.
De acordo com o site do Programa Mais Médicos, do Governo Federal, hoje existem 59 profissionais atuando em hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do DF. A declaração de Miziara é preocupante para a deputada Eliana Pedrosa (PPS), que declarou ter dificuldades na aceitação do programa. “O médico brasileiro estuda quatro anos a mais e o governo o trata desta maneira? É difícil aceitar esse tipo de situação”, afirmou.
Elias Miziara foi efetivado no cargo de secretário de Saúde no dia 3 de julho de 2014 e foi exonerado no dia 28 de agosto de 2014 depois de dizer, via imprensa, que a culpa da superlotação nos hospitais e UPAs era do cidadão, que procurava atendimento durante a noite.
Fonte: Assessoria da deputada Eliana Pedrosa