Do jornal Opção
Marconi tem 7,4 pontos a mais do que Iris. Vanderlan tem de contornar “problema” de ser pouco conhecido do eleitor. Fato concreto: decisão mesmo, só no segundo turno
Se as eleições fossem hoje, de acordo com a pesquisa Grupom/Jornal Opção/Rádio 730, haveria segundo turno em Goiás na eleição para governador. Apesar da distância de 7,4 pontos porcentuais que separa o primeiro colocado, Marconi Perillo (PSDB), de Iris Rezende (PMDB), a soma dos pontos porcentuais dos adversários do tucano é maior do que seus índices de intenção de voto.
Segundo o cenário estimulado do Instituto Grupom, Marconi tem hoje 45,1% das intenções de voto, seguido por Iris com 37,7% e Vanderlan Cardoso (PR), com 7,1%. A seguir, aparecem Enio Tatico (PRP) com 1,7% e Washington Fraga (Psol) com 0,2%. O índice de indecisos é de 6,4% e os eleitores que pretendem votar nulo ou branco somam 1,7% das intenções de voto.
No levantamento espontâneo — em que o eleitor pesquisado tem de apontar seu candidato a governador sem o auxílio da cartela com o nome dos candidatos -, Vanderlan mostra um bom índice de consolidação de votos. Neste cenário, 5% dos eleitores apontam o nome do candidato do PR, apenas dois pontos porcentuais a menos do que ele tem no cenário estimulado. Marconi tem 23,5% das intenções espontâneas de voto e Iris alcança 20,7%. Tatico aparece com 1% e Washington possui 0,2%.
O índice de indecisos neste levantamento chama a atenção por ser ainda muito alto: 47,9% dos eleitores não respondem o nome de nenhum candidato, o que mostra que continua a haver espaço no imaginário do eleitor para uma mudança de voto. Não está evidenciado o que se chama, na ciência política, de fenômeno da “cristalização de votos”.
Já o índice de rejeição é baixo para os três principais candidatos a governador. Apenas 13% dos eleitores dizem que jamais votariam em Marconi, enquanto 14,1% dizem o mesmo de Vanderlan e 15,8 de Iris. Os mais rejeitados são Tatico (25,4%) e Washington (23%).
Estratificação
Na clivagem da pesquisa, há mais dados interessantes. Iris Rezende e Vanderlan Cardoso têm hoje mais votos entre os homens do que entre as mulheres, enquanto o eleitorado de Marconi Perillo é majoritariamente feminino. Mas o eleitorado dos três principais candidatos a governador não varia praticamente nada de acordo com a idade do eleitor, a diferença está sempre dentro da margem de erro.
Já o grau de instrução do eleitor mostra diferenças significativas de acordo com a estratificação. Entre os eleitores com curso superior, Marconi abre uma diferença maior para Iris. O tucano tem 52,4% das intenções de voto, enquanto Iris tem 28,9%. É neste eleitorado — onde Iris tem seu pior desempenho — que Vanderlan alcança seu melhor índice: 9% das intenções de voto.
Já Iris é muito forte entre os eleitores que possuem apenas ensino fundamental ou primeiro grau completo. Neste nicho, o peemedebista tem 40,3% das intenções de voto, apenas 2,9 pontos porcentuais a menos do que Marconi Perillo.
Nas cinco grandes regiões do Estado, Marconi tem mais votos no Sul do Estado, com 51,7% das intenções de voto, enquanto Iris Rezende é líder absoluto no Noroeste do Estado, com 48,3% das intenções de voto, quase sete pontos porcentuais à frente do tucano. Já no Centro do Estado, onde estão os eleitores de Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia e cidades vizinhas, Iris lidera com 43,4%, seguido por Marconi com 40,7% e Vanderlan com 11% — é a região onde o candidato do PR experimenta seu melhor índice.
Nos cenários simulados de segundo turno, Marconi venceria todos em que aparece se as eleições fossem hoje. No cenário em que ele rivaliza com Iris, o tucano tem 49,9% contra 40,7% do peemedebista. No cenário entre Marconi e Vanderlan, o atual senador teria 67,3% contra 20% do ex-prefeito de Senador Caneado. Já no cenário que tem Iris e Vanderlan, o peemedebista alcança 65,2% contra 21,2% do candidato do PR.
“Problema” de Vanderlan é ser pouco conhecido
A pesquisa Grupom/Jornal Opção/Rádio 730 faz um levantamento do índice de conhecimento dos pré-candidatos entre os eleitores. Neste momento de definição de candidaturas, costuma-se confundir ‘conhecimento de’ com intenção de voto. Natural é que esses dois quesitos sejam avaliados com o devido peso, para se saber verdadeiramente a “fotografia” do momento eleitoral. Assim, é possível avaliar o potencial de crescimento e de fortalecimento futuro.
Neste quesito, o candidato do PR, Vanderlan Cardoso, tem a seu favor o fato de ser de longe o menos conhecido. Enquanto apenas 1,4% dos eleitores dizem não conhecer Marconi Perillo e somente 2,3% afirmam não saber quem é Iris Rezende, 60,1% dos entrevistados dizem não conhecer Vanderlan — sem contar os 10,2% que dizem conhecê-lo “pouco”.
Pelo levantamento, se Vanderlan tem 7,1% das intenções de voto com um índice de conhecimento tão baixo, é factível supor que ele tem alto potencial de crescimento na medida em que se torna mais conhecido em todo o Estado. Eis o desafio do candidato do PR, portanto: tornar-se conhecido. Vale, no entanto, o contraponto: e se ele não conseguir alcançar o eleitor com o seu nome? Eis a questão para os marqueteiros de Vanderlan responderem.
Há um ponto a ser avaliado, neste quesito. Qual o índice de consolidação de voto dos pré-candidatos? Ficar cada vez mais conhecido é melhor mesmo para Vanderlan? E para Iris e Marconi, o que acontece a partir do aumento do nível de conhecimento de Vanderlan? O debate está aberto.
Serra está à frente na estimulada e Dilma domina na espontânea
Na eleição presidencial, a pesquisa Grupom aponta um fenômeno interessante: Dilma Rousseff (PT) lidera no cenário espontâneo e José Serra (PSDB) é primeiro colocado no cenário estimulado. Segundo o instituto, no cenário estimulado Serra tem 38,6%, seguido por Dilma com 34% e Marina Silva (PV) com 10,2%. Neste cenário, Dilma lidera entre os homens e Serra tem a maioria do público feminino. No levantamento espontâneo, Dilma tem 26,1% contra 22,5% de Serra e 4,8% de Marina.
ANÁLISE
Dados mostram Marconi e Iris estagnados
A pesquisa Grupom/Jornal Opção/Rádio 730 indica uma tendência: a estagnação, observada em outras sondagens, de Marconi Perillo e Iris Rezende. Diante disso e com o número elevado de indecisos, Vanderlan Cardoso, além do fato de ser disparado o mais desconhecido, como apontado no levantamento, as articulações políticas passam a ser a peça chave para consolidar seu nome.
Esse é o mês decisivo para consolidar as articulações políticas nessa pré-campanha e isso é que mais preocupa os adversários do Vanderlan, que centralizaram suas estratégias em tentar desestabilizar sua candidatura. Atualmente, o republicano conta com apoio de seis partidos (PP, PR, PSB, PTN, PV e PSC), e com possibilidades de ainda ter ao seu lado PDT e o tão disputado DEM, do deputado federal Ronaldo Caiado e o franco favorito na disputa ao Senado, Demóstenes Torres.
Essa aliança, sem ainda contar com o DEM e o PDT, deve garantir, em tese, 85 prefeituras ao republicano. Os democratas e os pedetistas contam com mais 16 administrações municipais (15 do DEM e 1 do PDT) e a presença deles na chapa majoritária garantem a Vanderlan o maior tempo no programa de TV durante a campanha, fator importante à eleição majoritária.
O apoio do DEM é disputado com os tucanos, em decorrência da aliança nacional, porém alcidistas estão confiantes de que atrairão os democratas. No caso do PDT, a apoio é quase certo. A presidente regional do partido, Flávia Morais, é ex-secretária do governo Alcides e não esconde a disposição de estar ao lado do republicano.
Demóstenes lidera com folga no Senado
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Levantamento indica que, sem mudanças abruptas no cenário, Demóstenes Torres e Lúcia Vânia seriam reeleitos com certa facilidade |
Na disputa para o Senado, o candidato Demóstenes Torres (DEM) tem folga na liderança das intenções de voto, com 44% no cenário estimulado e 16,3% na pesquisa espontânea. Em segundo lugar aparece Lúcia Vânia (PSDB) com 25,4% no cenário estimulado. Outros três candidatos aparecem bem na pesquisa: Sandro Mabel (PR) tem 18,6%, Sandes Júnior (PP) tem 16,6% e Pedro Wilson (PT) aparece com 10,6%, seguido de perto por outro petista: Rubens Otoni, com 6,2%.
A seguir, no cenário estimulado, aparecem Mauro Miranda (PMDB) com 4,8%, Elias Vaz com 3,3%, Roberto Balestra (PP) com 3,2%, Adib Elias com 3% e Agenor Mariano (PMDB) com 0,5%. 16,8% dos eleitores ainda estão indecisos (no cenário espontâneo esse índice é de 77,6%) e 2,1% pretendem votar branco ou nulo.
Metodologia
Período de realização da coleta de dados: 3 a 10 de junho de 2010
Margem de erro: 2,8%;
Número de entrevistas: 1202;
Contratante: Rádio Clube de Goiânia S/A – CNPJ: 01.540.202/0001-99
Registros da pesquisa: TSE (Protocolo nº 14339/2010 de 7/6/2010) e TRE-GO (Protocolo nº 23085/2010 de 7/6/2010)
– Registro da Grupom na Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) nº 32
– Registro da Grupom no Conselho Regional de Estatística 1ª Região (Conre) nº 25 |