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    ELEIÇÕES 2010: CAMPANHA ACELERA O RITMO

    Após os primeiros 30 dias de corpo a corpo, corrida ao Buriti deve ganhar força com o horário eleitoral gratuito e a realização de debates

     

    Ricardo Taffner/Correio Braziliense

    Publicação: 07/08/2010 07:00

    Eduardo Brandão, candidato do PV ao Palácio do Buriti:  
    Eduardo Brandão, candidato do PV ao Palácio do Buriti: “Esse período serviu para organização e formação da equipe. Agora, estamos preparados”

    As campanhas ainda vão começar. Apesar de o período oficial ter sido iniciado há um mês, a maioria das coligações apostam que só agora a corrida ao Palácio do Buriti pegará fogo. Alguns ingredientes ajudarão a apimentar a corrida política em agosto, como o início do horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio, no próximo dia 17, a realização de debates entre os candidatos e até a impugnação da candidatura do ex-governador Joaquim Roriz (PSC).

    O calendário eleitoral permitiu o início das campanhas em 6 de junho. Só então os candidatos puderam abrir as contas bancárias, mandar confeccionar os materiais gráficos e partir para o corpo a corpo. Para muitos, o primeiro mês serviu para tratar das questões burocráticas e da formação das equipes de trabalho. Além disso, o período de férias escolares — quando pais e filhos aproveitam para viajar — e a realização da Copa do Mundo de futebol são apontados como motivos de desvio de foco da população.

    Para a coligação Um Novo Caminho, de Agnelo Queiroz (PT) e Tadeu Filippelli (PMDB), os primeiros 30 dias foram de “experimentação”. O maior grupo formado para as eleições no Distrito Federal conta com 11 legendas — PRB, PDT, PT, PTB, PMDB, PPS, PHS, PTC, PSB, PRP e PCdoB. Algumas delas travaram rivalidades históricas em Brasília e estiveram em lados opostos por diversos momentos. Segundo a coordenação-geral da campanha, o primeiro desafio foi testar a unidade desses partidos nas ruas. No dia a dia, nem todos os petistas e peemedebistas se entenderam e fizeram campanhas juntos, mas, na avaliação dos coordenadores, o entrosamento está além das expectativas.

    Outra questão apontada é o desconhecimento do candidato para uma parcela do eleitorado. Nas outras eleições, o Partido dos Trabalhadores conquistou pelo menos 20% dos votos. A meta da coligação, até o momento, foi consolidar esse número. A partir de agora, tentará aumentar o percentual. Para tanto, a estratégia contará com duas grandes ações. A primeira é explorar ao máximo o horário eleitoral na televisão. Agnelo Queiroz tem o maior tempo entre os concorrentes, com 7 minutos e 27 segundos (veja quadro). O objetivo é aproveitar para apresentar a trajetória de Agnelo, que foi deputado federal e ministro do Esporte.

    Seis dias após o início das propagandas políticas, a coligação começará a promover comícios nas cidades. Serão dois eventos por dia, de quinta-feira a domingo. São planejados 40 comícios de 23 de agosto a 23 de setembro. O primeiro será em Planaltina e um deles, sem data prevista, deverá contar com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff (PT). Serão priorizados colégios com mais de 100 mil eleitores. De acordo com a coordenação, no primeiro mês Agnelo percorreu todas as regiões administrativas e agora deverá repetir as visitas.

    Reuniões
    Enquanto os petistas correm para apresentar o ex-ministro a todos os eleitores, a coligação Esperança Renovada gaba-se do nível de conhecimento de seu candidato. “A população conhece Roriz”, diz o coordenador de comunicação da chapa, Paulo Fona. Segundo ele, a agenda do candidato tem sido mais intensa do que a do petista. Em vez do corpo a corpo praticado pelo adversário, a estratégia de Roriz são as reuniões políticas. “O trabalho é de articulação. Todo dia passam entre 50 e 100 pessoas na casa dele, todos representantes de entidades de classe, grupos sociais e religiosos”, explica Fona.

    As noites do último mês foram dominadas por inaugurações de comitês. Já foram 22, em diversas regiões administrativas do DF. A iniciativa prosseguirá até o fim da campanha, mas a partir de agora os dias de Roriz contarão com mais uma atividade, pela manhã. A demanda surgiu após o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do DF indeferir o pedido de registro do ex-governador. Segundo Fona, a estratégia estava prevista e a decisão judicial não interferirá na campanha. “Vamos fazer um grande trabalho de conscientização do eleitorado para explicar que a aplicação da Ficha Limpa só valerá a partir do pronunciamento do Supremo Tribunal Eleitoral (STF)”, diz.

    O número
    17 de agosto
    Data em que começa o horário eleitoral gratuito na TV e no rádio, com programas no início da tarde e à noite e inserções ao longo do dia

    Horário eleitoral
    Os candidatos ao governo do Distrito Federal apostam no tempo de televisão para melhorarem as performances na disputa. O horário eleitoral gratuito começará no próximo dia 17, das 13h às 13h50 e das 20h às 20h50. Veja a ordem de aparição na telinha e o tempo de cada um:

    • Frank Svensson (PCB) – 45’’
    • Rodrigo Dantas (PSTU) – 45’’
    • Joaquim Roriz (PSC) – 5’39’’
    • Agnelo Queiroz (PT) – 7’27
    • Toninho do PSol – 49’’
    • Ricardo Machado (PCO) – 45’
    • Eduardo Brandão (PV) – 1’3’’
    • Newton Lins (PSL) – 45’’

    Nanicos buscam espaço
    Os partidos menores sentiram mais o peso do primeiro mês de campanha. Alguns não conseguiram, sequer, iniciar a arrecadação de recursos. O Partido da Causa Operária (PCO), de Ricardo Machado, e o Partido Comunista do Brasil (PCB), de Frank Svensson, fecharam julho com o caixa zerado. Somente agora eles prometem entrar para valer na disputa. “A Justiça Eleitoral só nos permitiu começar os trabalhos depois da apresentação dos registros, no início do mês passado, por isso, esse período serviu para organização e formação da equipe. Agora, estamos preparados”, explica Eduardo Brandão, candidato a governador pelo Partido Verde.

    Segundo ele, as eleições demoram a entrar na pauta da população. “As pessoas começaram a ficar mais atentas, estão tendo muito mais interesse em conhecer os candidatos e exigindo mais a nossa presença”, diz. Brandão acredita que o horário eleitoral gratuito será importante para tornar-se mais conhecido. Entretanto, as batalhas judiciais dos concorrentes têm desagradado o candidato. “O que mais chateia é que, em vez de os eleitores nos perguntarem sobre as propostas, eles querem saber sobre como as decisões dos tribunais vão mexer nas eleições”, reclama.

    Toninho do PSol discorda do adversário. A legenda do postulante ao GDF foi uma das autoras da impugnação de Joaquim Roriz (PSC). “A população tem reconhecido o PSol como protagonista dessa ação e isso tem sido muito positivo”, afirma. Ele diz que a campanha tem crescido com o decorrer do tempo e deverá começar a ganhar apoiadores e doadores. Apesar de ter apenas 49 segundos na televisão, Toninho promete destoar dos concorrentes: “Vou me diferenciar dessas duas maiores coligações, que repetem a mesmice do conservadorismo.”

    Inscrito no TRE-DF 20 minutos depois do prazo, Frank Svensson justifica na demora da aprovação do registro as dificuldades da campanha. Ao contrário de todos os outros postulantes, ele não vai às ruas pedir votos. “Eu não sou desses, mas tenho sido muito solicitado em reuniões com eleitores e simpatizantes. Não estão me deixando quieto”, afirma. Para a televisão, o comunista aposta em uma sábia estratégia: “E só pensar para não falar besteiras”. (RT)

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