Deu em O Globo
Lula critica a oposição
E, na primeira aparição após a eleição, diz que novo governo terá ‘a cara de Dilma’
Chico de Gois e Luiza Damé
Bem à vontade ao lado de sua eleita, na sua primeira manifestação pública sobre o resultado da eleição de domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não dará palpites sobre a montagem do governo de Dilma Rousseff, e aproveitou para alfinetar a oposição.
Pediu que a oposição seja “menos raivosa” do que teria sido com seu governo. Declarou que não pretende voltar ao poder em 2014, quando terminará o mandato de Dilma. Para ele, “rei morto, rei posto”.
Lula também afirmou que o governo Dilma precisa ter “a cara” de Dilma. Veja os principais trechos da entrevista de Lula, ao lado da presidente eleita, no Palácio do Planalto:
Equipe Dilma 1: “Pela minha experiência de vida, o governo da Dilma tem que ser a cara e a semelhança da Dilma. É ela, e somente ela, quem pode dizer quem ela quer e quem ela não quer; somente ela é quem pode dizer aos partidos aliados se concorda ou não com as pessoas, e somente ela e os partidos aliados irão construir a coalizão”.
Equipe Dilma 2: “Tenho a exata noção da sensação da montagem de um governo. Você se levanta pela manhã, vê um jornal, está a fotografia de uma pessoa que nunca pensou em colocar no governo, mas está lá como escolhida; ou uma pessoa que você quer colocar, que está lá, destituída. É um samba maluco, alucinante”.
Ex- Presidente: “Na minha cabeça funciona a seguinte tese: rei morto, rei posto. Eu disse a vocês que eu ia dar lição de como se comporta um ex-presidente da República: ele não indica, ele não veta; ele poderá dar algum conselho se, um dia, for pedido e se for para ajudar; para atrapalhar, nunca”.
Oposição: “Fui oposição muito tempo e fui governo muito tempo. (..) O que eu poderia dizer neste momento para a oposição? A Dilma é outra pessoa. Contra mim não tem problema, podem continuar raivosos, continuar do jeito que sempre foram. Mas, a partir do dia 1 de janeiro, que eles olhassem um pouco mais o Brasil, torcessem para que o Brasil dê certo (…), porque, cada vez que tomam alguma atitude, em vez de prejudicar o presidente, eles prejudicam a parte mais pobre da população”.
Sem Vingança: “Queria apenas pedir a compreensão… que, dentro do Congresso Nacional, a nossa oposição não faça contra a Dilma a política que fez comigo, a política do estômago, a política, eu diria, da vingança, a política do trabalhar para não dar certo”.
Saúde: “Não esqueço nunca que, por conta disso (da oposição), essas pessoas tiraram R$ 40 bilhões anuais da saúde”.
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