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    DOSSIÊ TRAZ DADOS SIGILOSOS DA RECEITA CONTRA TUCANO

    Deu na Folha

    Dossiê traz dados sigilosos da Receita contra tucano

    Equipe de inteligência da pré-campanha de Dilma investigou vice-presidente do PSDB. Informações só estão disponíveis na Receita Federal. “É um absurdo”, afirma Eduardo Jorge.

    Leonardo Souza:

    A “equipe de inteligência” da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência levantou e investigou dados fiscais e financeiros sigilosos do vice-presidente-executivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira.

    O grupo obteve documentos de uma série de três depósitos na conta de EJ no valor de R$ 3,9 milhões, além de outras informações de seu Imposto de Renda.

    Os papéis integram um dossiê elaborado por um time de espionagem que começava a ser montado com o aval de uma ala da pré-campanha de Dilma.

    A equipe reuniu três conjuntos de documentos. Dois tinham dados, respectivamente, sobre um aliado de José Serra (PSDB) investigado pela CPI do Banestado (2003-2004) e de negócios atribuídos à filha do tucano.

    Agora, a Folha teve acesso às informações da terceira pilha de papéis, com dados fiscais e financeiros confidenciais de EJ disponíveis somente nos sistemas da Receita Federal e no computador pessoal em que ele preencheu sua declaração de IR.

    Como a “Veja” revelou no mês passado, o esquema foi desfeito após o vazamento da movimentação do grupo.

    EJ foi homem-forte no governo Fernando Henrique Cardoso, no cargo de secretário-geral da Presidência.
    A espionagem é recente, já que um dos depósitos na conta de EJ foi feito neste ano. Os outros dois, também de R$ 1,3 milhão cada um, ocorreram em 2007 e 2009.

    Procurado pela Folha, EJ confirmou as informações e afirmou que só poderiam ter sido obtidas por meio da quebra de seu sigilo fiscal. “É um completo absurdo essas informações terem chegado até eles. Demonstra a repetição do método do PT”, disse.

    Em tese, uma quebra de sigilo pode envolver vários crimes. Se feita por um servidor público e repassada a informação para pessoas fora de sua competência, ele pode responder por violação do sigilo funcional. A pena varia de multa a detenção.

    A Folha confirmou com duas pessoas ligadas à equipe de espionagem que os documentos seriam usados para atacar o grupo de Serra.

    EJ diz que os depósitos em sua conta, no Banco do Brasil, decorrem da venda de imóveis do espólio de seu sogro (uma chácara e uma loja no município de Maricá, RJ).

    Ele contou que se tornou o inventariante de todo o espólio após a morte de sua sogra, quatro anos atrás. “Está tudo devidamente documentado no inventário”, disse, repassando os dados do processo.

    Assinante do jornal leia mais em Dossiê traz dados sigilosos da Receita contra tucano

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    Deve ler

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