Abalado pela tragédia em que se transformou o que seria apenas mais um passeio de barco, o piloto da lancha, José da Rocha Costa Júnior, 33 anos, comentou como foram os momentos que antecederam o naufrágio do barco e o desespero que se seguiu após os 11 ocupantes terem que se jogar nas águas do Paranoá, às 3h30 de sábado.
Segundo o piloto, que pratica wake board por esporte e trabalha no ramo de informática, todos os itens de segurança foram checados antes de a embarcação, de 18 pés, ser utilizada para o passeio. “É mentira que haviam apenas três coletes salva-vidas. Não sei ao certo quantos tinham a bordo, mas eram vários”, garantiu.
Rocha confirmou que o passeio já estava no fim quando a água invadiu o barco. “Tudo aconteceu em questão de segundos. Quando ouvi a gritaria, ainda acelerei o motor, mas não adiantou”. Segundo ele, todas as pessoas foram para a traseira da embarcação, o que teria feito o naufrágio ser ainda mais rápido. “Todas as luzes se apagaram e falei para todos pularem do barco”, lembrou Rocha.
O piloto disse, também, que chegou a afundar junto com a embarcação. “A capota estava aberta e quando o barco afundou, tive que nadar debaixo d’água para contornar a capota e conseguir emergir”. Rocha entregou um assento flutuante para três meninas, mas segundo ele, todas estavam desesperadas e não queriam apenas se manter boiando e sim subir no assento. “Em razão disso larguei o assento e resolvi nadar para a margem do lago”.
todos estavam bebendo
O piloto também confirmou que todos estavam tomando algum tipo de bebida alcoólica, mas não havia ninguém embriagado. “Todos estavam conscientes. Eu lamento muito que uma tragédia destas tenha acontecido, mas foi uma fatalidade. Eu também estou muito abalado com essa história. Jamais arriscaria a vida de alguém. Até por que o Hugo (Antunes de Oliveira), que estava no barco, também não sabia nadar direito, mas conseguiu se salvar”.
Rocha garantiu que já tinha feito passeios de barco com um número semelhante de passageiros que estavam a bordo na madrugada do naufrágio. “Os dois lastros, que comportam 400 litros de água estavam vazios, já que o barco não ia ser usado para a prática do wake board. Não acredito que a embarcação afundou por estar com 11 pessoas a bordo”. O piloto lembra que apenas um amigo conseguiu nadar ao seu lado. “O Marcos (Paulo França) me acompanhou durante parte do trajeto, mas depois ficou cansado”, contou.
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