NOTA DE REPÚDIO
Discurso de parlamentar é ofensivo aos policiais militares
Comentário infeliz do Deputado Distrital Reginaldo Sardinha, no Plenário da CLDF, é repudiado pela Corporação da PMDF
N a Sessão Ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) desta terça-feira (15/02/22), durante a votação de um projeto de lei que institui o auxílio fardamento para a PM, o Deputado Distrital Reginaldo Sardinha (Avante), em um aparte infeliz, afirmou o seguinte: “Agora, nós sentimos [sic] orgulhosos toda vez que a PM quer ser igual à Polícia Civil”.
A declaração do referido parlamentar distrital foi recebida com legítimo descontentamento pela PMDF. Porém, logo em seguida, a fala do Deputado Sardinha foi rebatida com justos argumentos pelo Deputado Distrital Roosevelt Vilela (PSB), parlamentar este que conta com notáveis e honrosos serviços às forças de segurança pública do DF e à população brasiliense.
Em virtude disso, a Diretoria da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal parabeniza a defesa do Deputado Roosevelt Vilela e faz, de suas palavras, o próprio discurso da ASOF, como resposta ao infeliz comentário do Dep. Sardinha.
Assim se pronunciou o Deputado Roosevelt Vilela na ocasião: “Eu sou obrigado a me ombrear aos dois colegas que me antecederam e pedir ao Deputado Reginaldo Sardinha, porque eu sei que, no calor da discussão, acabou falando alguma coisa a mais, que se retrate também, porque essa ordem, essa fala de que policial militar tem que fazer concurso da Polícia Civil, essa ordem está errada, Deputado Sardinha. Tanto que nós estamos aqui discutindo benefícios que são oriundos da carreira militar para a carreira de policial civil. […] Eu poderia, por exemplo, Deputado Reginaldo Sardinha, com todo o respeito a Vossa Excelência, falar para o senhor fazer concurso para a Polícia Civil, porque o senhor é policial penal […]. Eu não vou falar sobre isso. O policial militar e o bombeiro militar são de nível superior. Eu sou bacharel em Direito, sou mestre em Administração Pública e nunca quis e nunca fiz concurso para nenhuma outra força de segurança pública. Eu sou muito feliz em ser bombeiro. Eu tenho a certeza de que os meus [amigos] policiais militares estão extremamente felizes. Eles só querem um tratamento isonômico e igualitário para defender a sociedade com dignidade”.
A ASOF/PMDF também faz suas as palavras da nota de repúdio da Caixa Beneficente da Polícia Militar do DF (CABE/PMDF), datada de ontem, em resposta ao Dep. Sardinha, cujo conteúdo textualmente diz o seguinte:
“Tais palavras [do Dep. Sardinha] expressam extremo despreparo do parlamentar ao tratar de agentes de segurança pública e total desconhecimento da qualificação dos homens e mulheres integrantes que honram pertencer à instituição PMDF. Desconhece o parlamentar que os membros da PMDF são submetidos a um dos concursos públicos mais concorridos do Brasil, que selecionam integrantes extremamente preparados e interessados na missão de defender a sociedade. Desconhece o parlamentar, também, que a formação dos membros da PMDF lastreia-se em cursos de formação, tanto dos oficiais como dos praças, cuja rigidez e tecnicidade gera a equiparação a curso superior, diferentemente de outros órgãos. Ou seja, a PMDF não quer ser PCDF. Deveria o parlamentar expressar o orgulho de todos os membros das instituições policiais de pertencer a suas instituições que possuem tipos e modelos distintos, mas igualmente importantes. Ao invés de incitar a rivalidade e o ódio, deveria o parlamentar pesquisar e tomar conhecimento de que a PMDF é uma polícia do tipo gendarme – termo que vem do francês e significa “gente de armas” –, que são as polícias de cunho militar. Todas as polícias militares do mundo são desse tipo e têm como base a presença ostensiva e a prevenção dos crimes, com funções e atribuições totalmente distintas da PCDF e, portanto, sem hierarquia ou submissão. A PMDF e seus integrantes não querem ser policiais civis, mas sim querem ser ouvidos, ser dignamente representados e, acima de tudo, respeitados. Disto, a CABE/PMDF lamenta a afirmação do parlamentar, que, carregado de preconceito e despreparo, externa uma face de ódio e merece ter por todos os integrantes da PMDF total repúdio a essa desrespeitosa manifestação contra a família PMDF”.
Ademais, a ASOF/PMDF promoverá a competente representação à Mesa Diretora da CLDF em desfavor do Dep. Sardinha, pela quebra do decoro parlamentar, em especial por ferir o disposto no artigo 3 (incisos I, II e IX) e no artigo 6 (incisos I e XI) da Resolução nº 110, de 17 de maio de 1996, o Código de Ética e o Decoro Parlamentar da CLDF, em vigor.
Brasília (DF), 16 de fevereiro de 2022
ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO DF
(ASOF/PMDF)