Dilma evita se posicionar sobre ato contra a imprensa
Maria Lima, O Globo
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, foi muito questionada nesta quarta-feira se apoiava ou condenada o ato preparado pelo PT, centrais sindicais, União Nacional dos Estudantes (UNE) e partidos da base aliada contra o que apelidaram de ” mídia golpista”.
Dilma se negou a responder diretamente sua posição sobre o evento que será realizado em São Paulo e que vem sendo rechaçado por representantes da sociedade civil.
– O ódio é que nem droga. Quem entra no ódio não sai mais. Eu acho que todo mundo tem direito de falar o que quiser. Se eu achar que está errado eu tenho todo direito de dizer que está errado, com os meus argumentos. Não significa nenhum desrespeito a ninguém. A imprensa pode falar o que bem entender. O máximo que eu posso falar é que está errado – disse Dilma.
Apesar de repetir que é tolerante com a imprensa, e que o único controle social da mídia que faz é com o controle remoto, Dilma reclamou que às vezes é alvo de exageros por parte da imprensa.
– Eu acho que tem hora que exageram um pouco comigo. Mas não vou falar que tem golpe midiático. O meu partido pode falar isso, mas eu sou uma pessoa que convive perfeitamente com a critica. O que não podem querer é que eu aceite tudo calada – disse a candidata petista, completando:
– Se eu for eleita vocês podem me criticar o dia inteiro. Eu sou tolerante com a mídia.
O convite para o evento, divulgado pelo PT, acusa a imprensa de “castrar o voto popular”, “deslegitimizar as instituições” e destruir a democracia.
E não faz menção explícita à onda de denúncias de corrupção que atingem a Casa Civil da Presidência.