Dilma evita se posicionar em ‘Carta ao povo de Deus’
O Globo
Disposta a tentar conquistar os votos dos cristãos, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, divulgou documento intitulado “Carta aberta ao povo de Deus”, no qual assume o compromisso de, se eleita, fazer da família o foco principal de seu governo.
Embora faça referência a temas polêmicos como aborto e união estável, a candidata transfere ao Congresso a responsabilidade de decidir, “com equilíbrio”, sobre os temas, evitando se posicionar sobre eles.
“Cabe ao Congresso Nacional a função básica de encontrar o ponto de equilíbrio nas posições que envolvam valores éticos e fundamentais, muitas vezes contraditórios, como aborto, formação familiar, uniões estáveis e outros temas relevantes, tanto para as minorias como para toda sociedade brasileira”, diz a candidata, em um dos trechos da carta, divulgada pelo comitê da candidata e postada nesta terça-feira pelo petista José Dirceu em seu blog.
A carta é uma reação ao polêmico artigo em que o bispo de Guarulhos (SP), dom Luiz Gonzada Bergonzini , defendeu o boicote à candidatura de Dilma, por considerar que ela defende o aborto.
Na carta, acompanhada de uma foto de Dilma sorridente, ela usa programas do governo Lula como prova de comprometimento com os menos favorecidos: “Os programas do governo Lula são uma forma de resgate dos valores da vida, da cidadania e da dignidade humana, valores universais que trazem em si a semente do evangelho”.
A candidata destaca que “todas as igrejas, sem distinção, são importantes e necessárias” no projeto de apoio e resgate da família e que precisam da “mão amiga do Estado”, que facilite o acesso às políticas públicas para continuarem o trabalho social que realizam.
Dilma se comprometeu a manter, se eleita, diálogo constante com as igrejas: “Quero construir esse diálogo com as instituições que têm sido os grandes amortecedores do sofrimento humano”.