O iG antecipou todos os principais momentos da Operação Caixa de Pandora, deflagrada em 27 de novembro de 2009. José Roberto Arruda e seus secretários e aliados na Câmara Distrital são acusados de envolvimento no esquema de corrupção revelado pela operação batizada com o nome da deusa grega, quando apareceram os vídeos da operação da Polícia Federal.
No dia 27 de novembro, o iG obteve em primeira mão cópia do inquérito da operação. O Inquérito 650, que tramita no Superior Tribunal de Justiça, tem três volumes e três apensos, que somam quase 750 páginas. O iG antecipou, ainda, trechos do relatório do ministro do STJ, Fernando Gonçalves, que cita o pedido da subprocuradora-geral da República Raquel Elias Ferreita Dodge para a realização de busca e apreensão da Operação Caixa de Pandora.
O iG publicou com exclusividade no dia seguinte o vídeo que mostrava Arruda recebendo dinheiro de suposta propina. No vídeo, Arruda diz “Eu estou achando que podia passar em casa para deixar isso aqui. Descer com isso aqui é ‘mala'”.
Gravada pelo então secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, a fita anexada ao inquérito da Polícia Federal desencadeou a operação, que resultou no cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão em gabinetes de órgãos públicos, residências e empresas em três cidades.
Um segundo vídeo divulgado pelo iG com exclusividade no dia 28 de novembro mostrava Omézio Pontes, assessor de imprensa do governador José Roberto Arruda, recebendo dinheiro. Segundo o depoimento do então secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, Pontes estaria recebendo no momento flagrado mais de R$ 100 mil, acondicionando o dinheiro em uma pasta preta, na sala do próprio Durval.
O encontro aconteceu entre maio e junho de 2009. De acordo com Durval, Omézio, homem de confiança de Arruda, buscava o dinheiro a pedido do governador.
No dia 29 de novembro, o iG revelou novas imagens sobre o escândalo de corrupção. O vídeo flagrava o deputado distrital Rubens César Brunelli Júnior (PSC), atual corregedor da Câmara Legislativa do Distrito Federal, recebendo dinheiro do esquema de propina montado no governo de Brasília.
Outros vídeos – obtidos em primeira mão pela reportagem do iG – revelaram imagens impressionantes do então presidente da Câmara Distrital, Leonardo Prudente (DEM), recebendo dinheiro e guardando maços no paletó e nas meias. Prudente (DEM) recebia todos os meses R$ 50 mil de acordo com o inquérito.
Também foram flagrados recebendo dinheiro a deputada Eurides Brito (PMDB), líder do governo na Câmara Legislativa, Odilon Aires (PMDB), ex-deputado distrital e e atual presidente do Instituto de Atendimento à Saúde do Servidor do DF (Inas), o empresário Marcelo Carvalho, amigo do vice-governador Paulo Octávio, Luiz França, sub-secretário de Justiça e Cidadania, José Luiz Naves, ex-secretário de Planejamento do DF, e João Luiz, subsecretário de Recursos Humanos da Secretaria de Saúde.
No dia 30 de novembro, mais novidades do caso Arruda foram divulgadas com exclusividade. Vídeos gravados pelo ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal Durval Barbosa mostravam o empresário Gilberto Lucena, dono da Linknet, uma das empresas que operava no suposto esquema de corrupção, discutindo com Barbosa sobre a partilha do dinheiro.
No mesmo dia, um vídeo obtido em primeira mão pelo iG mostrou o empresário Alcir Collaço, proprietário do jornal Tribuna do Brasil, recebendo R$ 30 mil do ex-secretário de Relações Institucionais do Governo do Distrito Federal Durval Barbosa, na sede da Secretaria de Assuntos Institucionais.
O dinheiro, que Collaço enfia na cueca, seria referente a um contrato da Call Tecnologia – do empresário José Celso Gontijo, também envolvido no esquema de corrupção, segundo inquérito da Polícia Federal – com a Codeplan (empresa vinculada ao GDF), por serviço prestado na Secretaria de Saúde.
Outro vídeo revelado pelo iG mostrava empresários repartindo a quantia de R$ 298 mil. O acerto feito entre eles e o manuscrito juntado aos autos da Operação Caixa de Pandora revelaram que parte do dinheiro seria repassado para o governador Arruda e o vice Paulo Octávio, além de outros integrantes do governo.
No dia 2 de dezembro, um novo vídeo obtido com exlusividade citava quatro deputados federais do PMDB que poderiam estar envolvidos no escândalo de suposta corrupção. Na conversa gravada em 17 de setembro de 2009, Durval Barbosa e o empresário Alcir Collaço, dono do jornal Tribuna do Brasil, conversam sobre números que traduziriam valores remetidos a parlamentares do PMDB: Tadeu Filippelli (DF), Henrique Eduardo Alves (RN), Eduardo Cunha (RJ) e o presidente da Câmara, Michel Temer (SP).
Fonte: iG