Neste domingo, muitas reuniões tensas ocorreram em vários lugares, principalmente no Entorno de Brasília. Políticos de várias tendências avaliaram o quadro bombástico que se instalou na cidade, desde a divulgação da operação realizada na última sexta-feira, denominada “Caixa de Pandora”. No caso de Arruda e Paulo Octávio, eles divulgaram nota afirmando que foram ‘traídos’ e que continuarão em seus respectivos cargos e disputarão as próximas eleições. Mas os deputados distritais, envolvidos ou não no caso, refletiram melhor a situação e já conversam na direção de aprovar o pedido de impeachment do governador e de seu vice. A pressão é muito grande. O diálogo que mostra Arruda e Durval falando sobre a distribuição de dinheiro à aliados do governo, é simplesmente uma prova politicamente condenatória irrefutável. E agora que o Correio Braziliense decidiu abandonar o barco de Arruda de vez, aí é que a coisa vai pegar. Restará à Câmara Legislativa do DF, agir com rapidez e determinar a saída, primeiramente de Arruda, e na sequência, de Paulo Octávio, cujo homem de confiança foi buscar dinheiro das mãos de Durval. O presidente da Câmara, que apareceu no vídeo colocando dinheiro nas meias, está pensando em romper com o grupo de Arruda e liderar a cassação de Arruda e de PO. Para os distritais envolvidos, a coisa é muito menor diante do escandaloso esquema de enriquecimento ilícito do governador e de seu vice, porque os vídeos que mostram distritais recebendo dinheiro de Durval, são de 2006, ano da eleição, portanto, da outra legislatura. Mas os vídeos recentes e o áudio que envolvem Arruda, são extremamente graves. Como o voto é aberto, não é mais secreto, tudo indica que a população estará do lado de quem mandará Arruda e Paulo Octávio para suas mansões mais cedo do que pensavam. Afinal, que deputado distrital ficaria contra a vontade do povo e de provas incontestáveis de corrupção do governo do DEM no Distrito Federal? Arruda perde o Ministério Público, aliados e partidos políticos, a imprensa e o apoio de sua tão “querida” base governista. O DEM queria controlar tudo e a todos, e hoje se compreende em parte, a ira de Arruda contra dois distritais que abandonaram seu governo, principalmente Brunelli, que foi “caçado” e quase “triturado” pelo DEM. Agora, pelo visto, chegou a vez da “caça” pegar o “caçador”, juntamente com outros 23 distritais.