ELEIÇÕES 2010 – DISTRITO FEDERAL |
Decisão só na convenção |
Isabel Paz, do Jornal de Brasília Apesquisa divulgada recentemente pelo instituto Exata Opinião Pública, que aponta crescimento da intenção de votos para uma possível reeleição do governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB), gera apreensão no partido. O governador tem até quinta-feira para decidir se enfrentará o presidente regional da legenda, deputado federal Tadeu Filippelli, que já anunciou sua própria candidatura como vice do petista Agnelo Queiroz (PT). A convenção regional do PMDB está marcada para o próximo sábado. O cenário continua indefinido. Embora seja um nome com garantia de expressividade nas urnas, Rogério Rosso não assume a intenção de participar do processo eleitoral. Dedicado à agenda do GDF, Rosso evita tratar de assuntos partidários e informou que neste momento seu foco é o desenvolvimento das ações de governo. Desmentindo boatos de que o PMDB estaria dividido entre sua candidatura e a de Rosso, Filippelli foi incisivo: “desconheço qualquer candidatura do PMDB, a não ser a minha para a chapa majoritária”. Segundo Filippelli, a expectativa é que a convenção do diretório regional,no próximo fim de semana, venha ratificar a lista previamente anunciada e definir as candidaturas inscritas no partido. ACORDO Uma das questões colocadas por Filippelli é o entendimento e o compromisso celebrado entre os peemedebista e demais partidos que apoiaram a campanha de Rosso na eleição indireta. No acordo firmado, o detentor do mandato-tampão não poderia disputar a reeleição. “Essa foi a questão-chave”, disse Filippelli. Sem descartar nem admitir uma disputa interna, Tadeu Filippelli ponderou que “o fato de ter mais de uma candidatura é democrático e consta inclusive no estatuto do partido”,destacou. Apesar do clima de tensão entre os peemedebistas, Filippelli informou que o partido se mantém “extremamente unido”. Mas, de acordo com a análise do cientista político e professor Paulo Kramer, o grande articulador da campanha de Rosso ainda pode ter surpresas. “A cultura do político do Distrito Federal é extremamente personalista”, disse. Segundo Kramer, os dias que antecedem a convenção serão para pesar o cálculo do poder, “que é o que vai orientá-los”, disse. O professor explicou que a convenção é o momento de se referendar coletivamente a composição de forças atuantes no diretório regional do partido – que é a instância máxima. Segundo ele, o acordo firmado na eleição indireta pode pesar negativamente para Rogério Rosso, “que do ponto de vista moral, afeta a credibilidade do ator político por não cumprir suas promessas”. De acordo com Paulo Kramer, o cenário político começa a clarear e irá se desenhar após a convenção peemedebista. “Dependendo de quem for oficializado candidato, o destino do partido vai mudar”, disse. |