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    Coronel Naime e a hora da verdade

    A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa sobre os atos do dia 8 de janeiro ouvirá, nesta quinta-feira (16), o coronel Jorge Eduardo Naime, comandante de Operações da Polícia Militar no dia das invasões e depredações das sedes dos poderes.

    O relator da CPI, deputado Hermeto tenta blindar o amigo, atual comandante-geral da PMDF, coronel Klepter Rosa, ao não convocá-lo para depor, mesmo com prova cabal de sua participação no episódio do dia 8 de janeiro, quando mandou que a tropa ficasse em casa (SOBREAVISO), ao invés de ordenar PRONTIDÃO, ou seja, que os soldados ficassem nos quartéis naquele dia. Segundo informações, Klepter também não foi visto naquele tumultuado domingo, deixando seu Comandante-Geral sozinho no fronte.

    Preso desde o dia 7 de fevereiro, o coronel da Polícia Militar Jorge Eduardo Naime, que chefiava o departamento operacional da corporação em 8 de janeiro, obteve o direito de ficar em silêncio durante depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos, nesta quinta-feira (16), na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), mas ele precisa esclarecer os fatos, mostrar todos os culpados para tentar sair do cárcere.

    Novo fato chamou atenção: uma circular proibia a dispensa de PMs até 9 de janeiro, mas inexplicavelmente o coronel Jorge Naime foi dispensado em 3 de janeiro pelo atual comandante-geral da PMDF, Klepter Rosa, após uma conversa informal. A informação consta no depoimento de Naime à Polícia Federal (PF), importante ressaltar que foi uma ordem contra uma determinação legal do Coronel Fábio Augusto, onde proibiu todos os policiais a não se ausentarem do serviço.

    De acordo com Naime, uma circular assinada por Klepter Rosa proibia afastamentos como abono, férias e dispensa-recompensa até 8 de janeiro. No entanto, Naime afirma que recebeu autorização do próprio subcomandante-geral pois havia trabalhado nove fins de semana seguidos. A folga seria para fazer exames, fato muito confuso que ainda deveria ser explicado. Nenhum outro policial merecia um descanso?

    Naime não participou de qualquer reunião de organização dos atos de 8 de janeiro porque já estava dispensado. No domingo (8), Naime estava almoçando com a família em Sobradinho quando soube da situação na Esplanada. Ainda em depoimento, ele afirmou que por volta das 15h40 foi para casa, vestiu a farda e seguiu para a Praça dos Três Poderes por volta das 17h40.

    De acordo com fontes (que conhecem o caso e os depoimentos falados), ouvidas pelo blog, na prática Klepter teria protegido Naime, que se falar o que sabe, poderá complicar de vez a situação do comandante-geral e do deputado Hermeto, que tem usado influência política na PM, indicando Comandantes e principalmente na Corregedoria para blindar colegas e punir adversários políticos que foram adversários na campanha.

    Naime não aguenta mais ficar preso por crime que definitivamente não cometeu. Quem deveria estar preso é quem deu ordem para que a tropa ficasse em casa naquele domingo, 8 de janeiro, bem como, também quem não informou a PM que poderia haver invasão aos prédios públicos e ficou inerte, mesmo recebendo tal informação antecipadamente.

    Na véspera dos atos de 8 de janeiro, a Polícia Federal (PF) alertou para o risco de ataque às sedes dos Três Poderes. O alerta foi feito pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, ao ministro da Justiça, Flávio Dino.

    No mesmo dia 7 de janeiro, Rodrigues afirmou ao ministro que havia participado de uma reunião na Secretaria de Segurança pública do DF com a Polícia Militar, que apesar do relatório da PF, escoltou manifestantes até a Esplanada, não evitando que os mesmos chegassem na sede dos Três Poderes. Segundo a Delegada Marília em depoimento a PF, ela teria informado formalmente a SSP no dia 05, que não repassou a informação a PM, fato gravíssimo que originou todo este problema social causado

    Por outro lado, Naime pode provocar uma revolução na PMDF caso abra a boca e mostrar os verdadeiros culpados que devem estar preocupados com o depoimento de hoje.

    É preciso lembrar que o governador Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado do cargo acusado de omissão.
    Após investigação da PF e da PGR, que não encontraram provas contra Ibaneis e o inocentaram,  ontem ele voltou ao Buriti, após decisão do ministro Alexandre de Moraes. Resta saber o que governador fará com quem de fato foi omisso e traidor na PMDF.

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    Deve ler

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