Jaqueline Roriz é suspeita de receber dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa
Foto: Brizza Cavalcante/Agência Câmara
- Laryssa Borges, do TerraO presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, José Carlos Araújo (PDT-BA), confirmou nesta terça-feira o nome do tucano Carlos Sampaio (PSDB-SP) como o relator do processo contra Jaqueline Roriz (PMN-DF) no colegiado da Câmara. Jaqueline, flagrada em imagens recebendo dinheiro de Durval Barbosa, delator do esquema do mensalão do DEM no Distrito Federal, já integrou os quadros do PSDB, o mesmo partido do relator de seu processo.
“Todos nós somos de algum partido, mas na hora que somos conselheiros, somos apartidários. Isso não vai influenciar em absolutamente nada. Se fosse assim, ninguém poderia ser relator. Não tem nada a ver”, minimizou Araújo.
Filha do ex-governador Joaquim Roriz, Jaqueline teve de ser notificada por meio do Diário Oficial da União, já que não foi encontrada para ser informada oficialmente do processo.
“Vamos ter celeridade no máximo que for possível, mas andaremos na velocidade do regimento. Temos que dar direito de defesa. Não vamos prejulgar”, disse o presidente do Conselho de Ética. Oficialmente, Jaqueline tem cinco sessões para apresentar sua defesa, mas caso não se manifeste, o colegiado deverá nomear um defensor para apresentar os argumentos da parlamentar.
“Depois de notificada, ela tem cinco sessões para a defesa. Se não apresentar a defesa vamos aplicar o regimento e o Conselho nomeia um defensor”, explicou José Carlos Araújo, que disse esperar que o caso seja concluído em no máximo 90 dias e sem “manobra protelatória”.
“Não espero manobra protelatória. Cada um vai fazer a sua parte, e o Conselho fará sua parte de julgar dentro do que for apresentado. É um caso que não dá prazer para ninguém. É uma missão”, resumiu.
Anterioridade
No auge dos processos de quebra de decoro resultados do esquema do mensalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o Conselho de Ética passou a partir de 2007 a levar em conta apenas atos cometidos pelos deputados após a posse para a abertura de processos por falta de decoro. O vídeo envolvendo a deputada Jaqueline Roriz é datado de 2006, e seu atual mandato como deputada federal foi iniciado apenas este ano.