Distritais fazem ofensiva contra falta de acesso dos políticos ao secretariado
Suzano Almeida
suzano.almeida@jornaldebrasilia.com.br
A tribuna da Câmara Legislativa tem sido palco constante de reclamações dos distritais contra o governo de Rodrigo Rollemberg, tanto pela forma como vem conduzindo o Executivo quanto pela falta de acesso dos deputados aos secretários. Mesmo os parlamentares da base governista têm usado o microfone para reclamar, demonstrando insatisfação com o Buriti.
A reclamação crescente dirige-se aos secretários da atual gestão. Deputados dizem que deles têm se recusado a atende-los. “Estou tentando desde a semana passada falar com o secretário de Turismo e, como ele não me atende, sou obrigado a fazer esse tipo de discurso”, reclama Wellington Luiz (PMDB).
O distrital conta que a falta de respostas dos secretários tem gerado constrangimentos aos parlamentares, que não conseguem atender a pedidos das comunidades por onde andam.
Até ex-líder
“A maior dificuldade que temos encontrado é não conseguir responder às demandas da população, que nos chamam e nos encontram nas ruas e querem que elas sejam atendidas. Não tem como ficar ligando para o governador o tempo todo”, afirma Wellington.
A insatisfação com o comportamento do secretariado de Rollemberg chegou até ao ex-líder de governo na Casa, deputado Raimundo Ribeiro (PSDB). Em pronunciamento rápido, o tucano afirmou que os secretários querem mandar no governo, mas que eles não têm a legitimidade dos deputados, por terem sido eleitos pelo voto.
Membro da base, Reginaldo Veras (PDT) juntou-se ao coro dos insatisfeitos em várias áreas do governo. O deputado pediu que o Buriti apresente um plano de contratações e afirmou que há recursos para a Secretaria de Saúde nomeer novos servidores. Ele criticou ainda o fim do contrato dos estagiários.
Líder minimiza queixas
O novo líder do governo na Câmara Legislativa, deputado Júlio César (PRB), minimiza as reclamações. “Acho que os deputados lutam por aquilo que acreditam ser correto. A população os procura e eles não podem se calar”, afirma o líder.
Júlio conta que conversou com o governador para que trabalhe a solidez da base, que hoje pode chegar, segundo ele, a 15 distritais.
Ex-presidente da Casa,, o oposicionista Wasny de Roure (PT) explica que os deputados estão ansiosos por “definições de espaços”. “Nunca tive dúvidas sobre a fragilidade da base atual: o governo não tem representante do próprio partido e isso é ruim para eles”, diz Wasny.
Fonte: Jornal de Brasília