O governador José Roberto Arruda (sem partido) resolver aparecer ao grande público. Abriu as portas do Buritinga para receber seu novo secretariado e a imprensa local. Abusou de caras e bocas, e fez um comentário cínico, ao afirmar que “tudo é culpa dele, até a Mega-Sena!”. Arruda faz piada de assunto sério. Estamos falando da imagem amplamente divulgada do então deputado federal que pegou das mãos de Durval Barbosa, R$ 50 mil em 2006. Arruda, para se defender das sérias acusações que lhe são feitas, resolveu atacar seu ex-padrinho político, o ex-governador Joaquim Roriz. Não existem imagens, nem áudio de Roriz entregando dinheiro, recebendo dinheiro ou falando com Durval sobre pagamentos à secretários, desembargadores, advogados, etc. Os fatos mostram o atual governador do DF em situações altamente comprometedoras, em exemplos claros de corrupção ativa e passiva. Alguém tem de impedir que o cinismo de Arruda continue perpetuando e manchando a imagem de Brasília, que não tem culpa dos políticos que tem, nem dos que recebe. Arruda, ao contar tal piada diante da imprensa e de seu secretariado, com um largo sorriso na cara, demonstrou que não está nem aí para a opinião pública. Aliás, pra quê se preocupar? Ele não precisa mais abraçar crianças sujas e trabalhadores suados; não precisa fazer ‘graça’ com sindicatos, associações, igrejas, escolas, ongs, etc; Não precisa atender ninguém por obrigação; pode fazer o que quiser, nomear quem desejar, dar contratos emergenciais à empresas amigas do peito, e ainda tem direito às mordomias do cargo de governador. Com a publicidade oficial, mantém a informação na forma que deseja, com o direcionamento “baiano” do seu secretário de comunicação. Agora, Arruda só se preocupa com sua base aliada porque precisa muito dos deputados distritais para se defender do impeachment. Trata-os com carinho, atenção e cortesia, não necessariamente nessa ordem. Mas o governador, que ao assumir o comando do DF, afirmou que faria uma “varredura” nos contratos do GDF, e que faria um governo da “legalidade” e da “moralidade pública”, se esqueceu que sua própria campanha havia sido, segundo Durval Barbosa, paga com recursos públicos. Arrruda já sabia da “imoralidade” ainda em 2006. Perpetuou o caminho durante toda a campanha eleitoral de 2006. Teve seu escriório na W3 Sul mantido por Durval por um longo período; Teve suas contas pagas por Durval; Pediu emprego para os filhos a Durval; Distritibuiu panetones com dinheiro que não era dele. Arruda tenta debitar na conta de Roriz, todos os vídeos e áudios (gravados em 2006 e em 2009), testemunhos, dinheiro e gravações feitas pelo próprio Durval em conversas com ele, num claro gesto de suposta esperteza e certo de que não deixará o cargo e nem será punido. Arruda só se esquece de duas coisas: Existem vídeos que nem no Mensalão do PT existiram, e existe a lei de semeadura: o que se planta, se colhe. Enquanto Arruda faz piada de roubalheira explícita, muitas pessoas sofreram, outras morreram nos últimos anos devido à falta de remédios, tratamentos adequados nos hospitais públicos do DF, e outras que tiveram suas casas derrubadas e suas vans excluídas das ruas ainda sofrem. É triste ver na televisão, que o governador de Brasília não é um homem de bem, mas de bens. É constrangedor ver nossa cidade estampada em tristes manchetes quase que diariamente nos jornais do Brasil. É humilhante saber que mesmo com tantas evidências, temos deputados distritais que apoiam o atual governador. É revoltante ver o homem que mentiu ao Brasil uma vez, tornar a repetir os dois maiores erros de um político: a insensatez e a ganância. E foi esta insensatez que trouxe à público, imagens de um político corrupto, ávido pelo poder, com um discurso de humildade, seriedade e legalidade, que era até pouco tempo atrás, o queridinho da imprensa, dos partidos políticos e dos empresários da cidade, em cenas lamentáveis que mostram seu lado oculto e perverso. Deus nos ajude e que a sociedade tenha condições de acabar de uma vez com a farsa de Arruda. Só uma pergunta: Se Arruda quer envolver o governo anterior no quesito “contratos de tecnologia”, por que seu governo reconheceu inúmeras dívidas milionárias de empresas da área, em 2007?