Quatro anos depois, aloprados continuam no PT
Leila Suwwan e Anselmo Carvalho Pinto, O Globo
Quatro anos depois do escândalo dos “aloprados”, três personagens envolvidos na compra de um falso dossiê contra tucanos continuam abrigados no PT. O caso ainda está sendo investigado pelo Ministério Público Federal, e nenhum dos acusados foi denunciado.
Ameaçado de expulsão em 2007, Osvaldo Bargas, ex-secretário do Ministério do Trabalho, jamais deixou o PT, ao qual é filiado desde 1981. Sindicalista do ABC paulista, Bargas perdeu o cargo após a confirmação de que negociara e intermediara uma entrevista de denúncia contra José Serra (PSDB), por suposto envolvimento com a máfia dos sanguessugas.
A prefeitura de São Bernardo do Campo, comandada por Luiz Marinho (PT-SP), patrocinou o retorno de outro “aloprado” ao PT: Hamilton Lacerda. O ex-assessor e ex-coordenador da campanha de 2006 do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) se refiliou ao partido em fevereiro deste ano. Sua ficha partidária foi processada no diretório de São Caetano, mas ainda não foi apresentada à Justiça Eleitoral.
– Sua ficha ainda deve estar tramitando, ninguém apresentou objeção à filiação – disse Paulo Frateschi, secretário de Organização do PT.
Lacerda também negociou a entrevista contra Serra e foi flagrado no sistema interno de câmera do Hotel Íbis de Congonhas.
Foi nesse local que a Polícia Federal prendeu em flagrante Gedimar Passos e Valdebran Padilha com uma mala com R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo, que seria o pagamento pelo dossiê “fabricado” por Luiz Antônio Vedoin, pivô da máfia das fraudes na compra de ambulâncias.
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