Começa a difícil tarefa de dividir postos do governo entre 13 partidos
É pré-requisito para a conquista de um governo reunir um grupo consistente de forças políticas. E uma das contrapartidas é dividir o poder em caso de vitória. Treze partidos se uniram e conquistaram o comando do Distrito Federal sob a liderança de Agnelo Queiroz. Chegou a hora da compensação. Os aliados querem postos no governo. A partilha da administração, no entanto, seguirá uma hierarquia. Terão mais espaço as legendas com maior grau de influência para o êxito do grupo. Protagonista na eleição do DF, o PT tem a prerrogativa de decidir quem ficará com o quê. O partido reserva para si os principais postos e não deve abrir mão de secretarias estratégicas, forma de contemplar as várias tendências da legenda. PMDB, PSB, PDT e PPS também querem estar na linha de frente do governo Agnelo. Os nanicos se acotovelam para ocupar o segundo escalão.
Áreas como Saúde, Educação e Obras devem ficar na quota do PT sob o argumento de que o partido precisa mostrar serviço nos setores de grande apelo popular. Nos bastidores, o nome de Rafael Aguiar, médico e amigo de Agnelo, é dado como praticamente certo no comando da Secretaria de Saúde. Pessoas próximas a ele dizem que só um convite para a diretoria da Anvisa poderia mudar o rumo das conversas. Na educação há uma disputa dentro do PT. Corrente liderada pela Articulação e com apoio do Sinpro defende a nomeação de Antônio Lisboa na Secretaria de Educação. Outras tendências petistas que não concordam com a indicação de alguém vinculado ao Sinpro para a pasta se unem em torno da escolha de Erastos Fortes, ex-diretor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.
Nome da preferência de Cristovam Buarque, Marcelo Aguiar sofre resistência dentro do PT, por ter integrado o primeiro escalão de José Roberto Arruda e participado da administração Rogério Rosso.Uma forma de compensar o PDT, caso o PT escolha o nome da Educação é entregar para a legenda representada por Cristovam e José Antônio Reguffe no DF a secretaria de Trabalho, pasta que em âmbito federal está sob os cuidados do PDT.
Agnelo prometeu que apresentará seu time de trabalho até o dia 20. Até lá, as negociações continuam a ser tratadas nos bastidores, espaço de conforto para Filippelli, que apesar de comandar as negociações em nome do PMDB, tem sido discreto. “Nesta altura, tento ser muito mais o vice do governador do que o presidente do partido. Se assumir uma postura intransigente, comprometo toda uma composição vitoriosa”, disse Tadeu Filippelli.
Fonte: Correio Braziliense/Foto: Google Imagens