Tem gerado uma pluralidade de opiniões a decisão do corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Felipe Salomão, contra a monetização de propagadores de mensagens falsas sobre as eleições, que atinge perfis ligados a 11 influenciadores digitais, três veículos de mídia (Terça Livre, Folha Política e Jornal da Cidade Online) e um movimento político (Nas Ruas), apoiadores do presidente Jair Bolsonaro com alto alcance nas principais plataformas digitais. Juntas, essas contas somam mais de cinco milhões de seguidores no Facebook e Instagram e 9,1 milhões de inscritos em seus canais no YouTube.
Diante disso, faz-se necessário que a Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras) se posicione sobre o assunto, uma vez que sempre atuou pautada na defesa da democracia e da liberdade de expressão. “Defendemos o combate às fake news, mas acreditamos que essa decisão do TSE foi arbitrária e fere a democracia e a liberdade de expressão”, disse o presidente da Afrebras, Fernando Rodrigues de Bairros.
Representando mais de 100 empresas, a Afrebras sempre pautou suas ações no processo democrático e no diálogo dentro do setor de bebidas, porque entende que, sem isso, não é possível avançar. A liberdade de expressão, especialmente no processo de tomada de decisões e criação de políticas públicas, é essencial, permitindo que diversos grupos participem da criação dessas políticas públicas e sejam ouvidos, de maneira que um grupo não seja preterido diante do outro.
No entanto, é sabido que o setor de bebidas é extremamente oligopolizado e apresenta grandes discrepâncias econômicas e a realidade não é tão simples e equalitária como deveria ser. Isso porque o poderio econômico de determinadas empresas facilita seu acesso a órgãos governamentais. É mais fácil que aquele que tem mais poder econômico seja ouvido pelo governo do que empresas com menos capital, como é o caso das regionais, representadas pela Afrebras.
Há 16 anos, a Afrebras vem lutando e se inserindo o máximo que pode em discussões pertinentes ao setor de refrigerantes regionais, buscando sempre a máxima equidade dentro das políticas que dizem respeito ao setor de bebidas. “Já avançamos muito em relação a este problema, contudo, é algo que infelizmente ainda existe e em que continuaremos atuando, de maneira a tornar a voz do setor de bebidas regionais mais forte e ouvida. Por isso defendemos a liberdade de expressão”, finaliza Bairros.
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