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    A PRIMEIRA CRISE…

    DISTRITO FEDERAL
    Primeira crise política de Dilma esconde briga interna por poder entre peemedebistas

    Gustavo Gantois, do R7

     A briga entre PT e PMDB pelos cargos de segundo escalão esconde uma disputa ainda mais ferrenha pelo controle de poder. Com os principais caciques peemedebistas acomodados no governo, os outros membros do partido montaram um ringue de batalha interno pelo comando da legenda.

    Desde que assumiu a atual sigla, em 1980, o PMDB sofre embates entre lideranças regionais que pleiteiam o comando partidário. Em todas as eleições que o Brasil teve desde a redemocratização, os peemedebistas entraram em conflito sobre quem apoiar. De acordo com o cientista político Leonardo Caldas, professor da Universidade de Brasília, essas desavenças são resultado do excesso de figuras de renome.

    – O PMDB tem muito índio. Mas também muito cacique. Administrar todo o ego político e a participação no poder entre eles é uma tarefa cada vez mais difícil. Há muito tempo o PMDB esperava chegar propriamente ao poder, mesmo porque nunca foi oposição. Então quando isso ocorre, como agora, a briga interna fica cada vez mais evidente.

    Ciente dos problemas, o vice-presidente Michel Temer decidiu não abandonar a presidência do partido, imaginando poder continuar com o partido nas rédeas. A estratégia foi se licenciar para que o vice, senador Valdir Raupp (RO), assumisse o cargo e estancasse a gritaria dos outros membros do partido que almejavam a presidência.

    No entanto, expoentes do partido como os deputados Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN) estão insatisfeitos com a distribuição de cargos no governo até o momento. Como o senador José Sarney (AP) conseguiu, mais uma vez, alocar todos os seus apadrinhados, a chiadeira, segundo uma liderança do partido, é a de que os caciques tentaram salvar os seus dedos entregando os anéis dos outros.

    – O PT congelou as nomeações de segundo escalão porque a turma do Sarney praticamente derrubou a porta ao impor seus nomes nos ministérios. E como eles queriam tudo na base da porteira fechada, o PT preferiu separar o que era deles para distribuir o que sobrasse. Nessa história, quem perde somos nós.

    Na opinião de um ministro do novo governo, a situação não deve se prolongar. Com acesso direto ao Palácio do Planalto, ele relata que a presidente Dilma está fazendo o possível para acomodar a maioria dos pedidos, mas deve decidir da forma mais técnica possível.

    O critério, porém, é visto com ressalvas, como o próprio deputado Eduardo Cunha fez questão de expor em seu perfil no Twitter.

    – É engraçado que os técnicos do PMDB viram políticos e os políticos do PT viram técnicos. Qual o atributo técnico do ex-marido da Ideli [Salvatti, ministra da Pesca] para presidir uma empresa do porte da Eletrosul? Aliás, os derrotados do PT nas eleições já foram para o governo e ainda querem manter ex-cônjuges?

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    Deve ler

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