Roriz era governador do Distrito Federal indicado pelo então presidente José Sarney. Nas primeiras eleições diretas para a escolha de governador, deputados federais e deputados distritais em 1990, a história política que envolve Roriz é a seguinte testemunhada por este jornalista:
À época, preterido dentro de seu próprio partido – PMDB – , Roriz se viu numa situação incômoda, mas não brigou. Simplesmente deixou o PMDB e migrou para o então minúsculo e desconhecido PTR (hoje PP). Para a imprensa e adversários políticos, Roriz cometera um grande equívoco e seria facilmente derrotado. Mero engano.
Ao abrir as urnas, Roriz vencera as eleições naquele ano no primeiro turno. Fez ainda 1 senador, quatro deputados federais e 14 deputados distritais.
Vinte anos depois, a história pode se repetir, a partir da evolução da campanha de Roriz. O velho cacique da política local se livrou – sem ter mexido uma única peça sequer no tabuleiro político local – de ex-colaboradores que foram transformados em políticos mas que se acharam posteriormente superiores ao criador e o abandonaram, achando que ele estava “liquidado”, e que a “bola da vez” pelos próximos 20 anos seria a dupla dinâmica Arruda e Paulo Octávio.
Quando deixou o PMDB em 2009 e ingressou no pequeno PSC, foi duramente criticado. Afirmaram que ele não teria tempo de televisão e que nenhum partido desejaria se aliar ao ex-governador que construiu o Metrô no DF, apesar dos insistentes ataques do PT, contrários à ideia no primeiro governo rorizista. Agora, Roriz tem 9 partidos, grandes puxadores de votos e tempo de sobra na teelvisão para mostrar o que fez e o que fará.
Pode se falar o que quiser de Roriz, mas que ele sabe governar, sabe. E ainda entende como ninguém a incrível arte de se fazer política.
Se a história se repetir… primeiro turno à vista!
Para Roriz, a “justiça tarda mas não falha, e a justiça divina, esta é implacável”. E quanto aos adversários, é melhor não subestimar o velho cacique.